Alunos de Maputo voltaram a refletir sobre problemas do Mundo

A produção de minerais de "sangue" na República Democrática do Congo, o tráfico de drogas e de crianças, no México e na África Subsaariana, respetivamente, bem como as tensões nos conflitos armados na Somália, na região etíope de Tigré, e na faixa de Gaza, foram o cerne de debates que juntaram, recentemente, alunos de diversas escolas de Maputo, em mais uma sessão da conferência “Maputo Modelo das Nações Unidas” (MaMUN). Durante os três dias de intensas discussões e reflexões, os alunos do ensino secundário da EPM-CELP, Abdul Tembe (12.º A1), André Rego (12.º A1) e José Fernandes (12.º A2) assumiram papéis de diplomatas das Nações Unidas, demostrando competências de investigação, seleção, tratamento e interpretação de informação, bem como de argumentação perante os seus congéneres aliados e oponentes de outros países.

André Rego, que fez parte do comité que discutiu o Conselho de Segurança, tornando-se o único da nossa Escola como “Chair”, debateu, a par de estudantes de outras escolas, formas de mitigar o conflito em curso na faixa de Gaza e encontrar mecanismos para cessar os conflitos armados que estão em andamento em Mianmar desde 1948, ano em que o país, então conhecido como Birmânia, conquistou a independência do Reino Unido. 

Através dos debates que seguiram os procedimentos e regras aplicadas em sessões das Nações Unidas, os alunos que se preparam para o evento, investigando, no sentido de se apropriarem dos dados relevantes para traçarem o perfil dos países que lhes coube representar, recriaram, com rigor, reuniões da Assembleia das Nações Unidas, às vezes orientando outros seus colegas que desempenharam o papel de moderadores.

Ao longo dos debates, foram aprovadas e reprovadas resoluções propostas, resultantes de alianças feitas entre os diversos países. O tema sobre "Resolvendo o conflito de Tigré, na Etiópia" não é novidades nestas discussões. A destruição, o saque e bombardeamentos das estruturas civis na cidade por parte das forças federais etíopes, milícias regionais e pelas forças armadas da Eritreia, tem se revelado mais preocupante para a organização e seus participantes.

Os alunos partilharam igualmente conversas e colheram conhecimento sobre a situação de guerra e criminal que afeta vários países do Mundo. As preocupações levadas às sessões pelos alunos são de tal forma preocupantes que, após as reuniões deste ano, António Guterres, Secretário-geral da ONU, emitiu um comunicado a agradecer a todos os estudantes do Mundo “por participarem nesta conferência Modelo das Nações Unidas e por acreditarem no poder da cooperação internacional para resolver problemas mundiais. O nosso mundo precisa do vosso envolvimento e ideias mais do que nunca”.

Para o diplomata português, “os conflitos agravam-se, as tensões aumentam e o nosso planeta está a arder. As necessidades humanitárias atingiram níveis recordes e os direitos humanos estão sob ataques implacáveis. O discurso de ódio e a desinformação propagam-se como um rastilho de pólvora nas redes sociais. Mais do que nunca, precisamos de solidariedade a nível global. Precisamos das Nações Unidas. E as Nações Unidas precisam de vocês – da vossa energia, criatividade, coragem e compromisso”, disse, sublinhando que “é, por isso, que estou totalmente empenhado em dar aos jovens uma voz muito mais forte nos assuntos internacionais”.

As sessões do MaMUN tiveram lugar na Escola Americana Internacional de Moçambique e os nossos alunos foram preparados e acompanhados pela coordenadora do projeto, Sandra Macedo.

 

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