Alunos do 12.º A1 estudaram a importância dos mangais

No âmbito da disciplina de Biologia, os alunos Ana Reis, Carolina Franco, Sebastião Esteves e Tiago Macedo, do 12º A1, realizaram, recentemente, um projeto anual que incidiu sobre o “O sal, os mangais e a comunidade local”.

O quarteto de alunos selecionou, voluntariamente, esta temática de trabalho de acordo com os seus interesses e preocupações. Especificamente, o trabalho desenvolvido adveio da importância dos mangais como ecossistemas vitais para a manutenção da biodiversidade e da urgência que os membros integrantes deste projeto sentiram de conservação e de minimizar a destruição dos mesmos.

Após a formulação da metodologia a adotar e uma intensa pesquisa, os alunos optaram por um projeto com uma estrutura dual: a primeira componente corresponderia a entrevistas realizadas a alguns habitantes do Bairro dos Pescadores, na Costa do Sol, Maputo, e a segunda parte envolveria experiências sobre a otimização e utilização do sal naturalmente acumulado nas folhas de árvores do mangal. Simultaneamente, visitaram dois mangais em localidades distintas do distrito de Maputo: o mangal da Matola-Rio e o mangal, já mencionado, do Bairro dos Pescadores, o que permitiu a recolha de folhas, a utilizar na parte prática, e a reportagem fotográfica das paisagens, com a posterior interpretação e comparação entre os dois mangais.

As entrevistas continham um conjunto de 14 perguntas cujo principal objetivo era o de compreender os principais usos quotidianos do mangal por parte dos entrevistados e os seus respetivos conhecimentos sobre este rico ecossistema. Das respostas adquiridas, os alunos foram capazes de concluir que a população, apesar de estar consciente da importância dos mangais e do papel que as suas ações representam no processo de conservação dos mesmos, continuam a utilizá-los para a construção de habitações e como fonte de energia, recorrendo à madeira para preparar os seus cozinhados.

Deste modo, promovem a desflorestação dos mangais para uso próprio, o que destrói estes ecossistemas. Adicionalmente, a maioria da população conhece as capacidades de filtração da água que os mangais possuem, e que resultam na acumulação do sal nas respetivas folhas, mas continuam sem as utilizar.

Para testar a utilização do sal acumulado nas folhas, nas tarefas quotidianas da população, como cozinhar arroz (segunda maior fonte de hidratos de carbono em Moçambique, a seguir à mandioca), os alunos seguiram o seguinte protocolo: selecionaram três lotes de arroz, cozinhadas nas mesmas condições, mas com diferentes fontes de sal. O primeiro arroz, que seria o de controlo, não foi cozinhado com sal; o segundo arroz com sal comercializado; e o terceiro com folhas de mangal adicionadas. Após a cozedura dos arrozes, estes foram dados a provar, às cegas, a 18 alunos do 12º ano, que teriam de identificar a ordem dos arrozes, de acordo com o grau de salinidade e aquele que apresentaria o melhor sabor.

Puderam concluir que apesar de as folhas de mangal não serem o método mais eficaz para salgar os alimentos, pois o sal comercializado revelou-se mais eficaz, a variante com as folhas de magal terá sido a que apresentou um melhor sabor.

É de referir que os alunos, na saída de campo ao mangal da Matola-Rio, tiveram a oportunidade de interagir com o senhor Zacarias, que lidera há mais de 10 anos um projeto de conservação e reabilitação do mangal da região. De acordo com o mesmo, “Mangal é vida!” e foi por isso que, de livre vontade e iniciativa, sentiu a necessidade de pôr mãos à obra e começar o projeto de uma vida. Os alunos sentiram-se privilegiados em conhecer e transmitir o projeto deste herói ambiental, quase desconhecido, e em observar que ainda há esperança para a conservação dos mangais e do ambiente.

A partir da análise dos diferentes momentos do trabalho e das próprias saídas de campo realizadas, os alunos prepararam uma exposição de cartazes, fotografias, citações e textos, todos feitos à mão, que apresentaram no auditório Carlos Paredes a todas as turmas do 2.º ano, na manhã de dia 30 de maio, e às turmas do 8.º A e 8.ºB, no mesmo dia. A exposição encontra-se neste momento no átrio principal da escola e pode ser visitada por toda a comunidade escolar.

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