Cordas afinadas e palco aberto: alunos mostraram coragem em audições

Dezenas de alunos de Violinos, Violas de Arco e Guitarra Clássica da EPM-CELP apresentaram-se, nos dias 28 e 30 de maio, no Auditório Carlos Paredes, em Audições onde exibiram as suas aptidões artístico-musicais através da execução destes instrumentos de cordas.  Os espetáculos marcaram o início das apresentações públicas dos alunos inscritos nas atividades extracurriculares de instrumentos musicais, e visaram exibir, em palco, as aprendizagens adquiridas ao longo das aulas extracurriculares de instrumentos.

Houve um instante, entre o afinar das cordas e o silêncio atento da plateia, em que a música se tornou mais do que um exercício técnico. O que se viu em palco foi o reflexo de semanas de ensaio, disciplina e descoberta.

O projeto, construído a partir do trabalho desenvolvido nas aulas ao longo de dois períodos letivos, tem como objetivo proporcionar aos alunos um primeiro contacto com a experiência de palco, ao mesmo tempo que valoriza os processos de aprendizagem artística fora do currículo formal.

Na audição de guitarra, por exemplo, os alunos interpretaram peças do repertório didático de iniciação musical, como “Mary Had a Little Lamb, Merrily” e “Parku”, passando por arranjos de autores como Mauro Giuliani, G. F. Haendel, Fernando Sor e J.S. Bach. O espetáculo contou ainda com a participação especial de estudantes da Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane (ECA/UEM), convidados para enriquecer a sessão.

Antes, no dia 28, foi a vez dos alunos de violino e viola de arco apresentarem as peças estudadas nas aulas orientadas pelo método Suzuki, incluindo obras de J. S. Bach, Haendel, Brahms e T. H. Bayly. Com destaque para as apresentações em grupo e em dueto, a audição procurou também estimular a escuta coletiva e o sentido de partilha entre os participantes.

O método Suzuki guiou o alinhamento inicial, mas outros lideraram os momentos – revelando um corpo estudantil plural e empenhado. Camila Leite, Enzo Marques, Maria Silva, Emma Marques e tantos outros assumiram o palco com peças como “Go Tell Aunt Rhody”, “Minueto 1, 2 e 3” de Bach, “Bourrée” de Haendel, e “Gavotte from Mignon”, de A. Thomas. A reta final da audição foi marcada pela presença de obras mais desafiadoras — entre elas “Concertino in la minore”, de Alberto Curci, e “Concertino in Hungarian Style”, de Oskar Rieding.

As audições representam o início de um ciclo que pretende dar maior visibilidade ao trabalho realizado nas atividades extracurriculares de música, contribuindo para o desenvolvimento artístico, emocional e disciplinar dos alunos. A proposta, no geral, foi transformar o palco num espaço formativo e de celebração dos pequenos progressos de quem aprende a fazer música.

Não se tratou apenas de mostrar talento. O que esteve em causa foi o percurso — aquele que se constrói longe dos holofotes, nas aulas semanais, no gesto paciente de quem ensina e na escuta inquieta de quem aprende. Cada peça escolhida, cada entrada no palco, foi também um ensaio sobre crescer.

Os pianistas acompanhantes Leandra Reis e Ricardo Conceição, e o guitarrista Queirós Júlia, trouxeram densidade e suporte às interpretações, confirmando o espírito colaborativo que atravessa estas formações. Não se aprende música sozinho — e muito menos se a apresenta sem partilha.

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