EPM-CELP: 24 anos de existência e o sucesso da expansão na Beira

A Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP) celebrou, no passado dia 24 de novembro, 24 anos de existência enquanto instituição de ensino, braço da cooperação entre Moçambique e Portugal e defensora das causas ambientais, da cidadania ativa e de solidariedade.

No momento de celebração dos 24 anos, foi formalizada a abertura do Polo da Beira, na presença do Secretário do Estado de Educação de Portugal, António Oliveira Leite.

polobeiragO polo foi criado, por Portaria n.º 296/2023, de 4 de outubro, pelo Governo português, como parte integrante da EPM-CELP, promovendo, desta forma, a descentralização da oferta de formação, educação e ensino. Na expectativa do crescimento da oferta de ensino, e para colmatar a falta de condições das atuais instalações, o Secretário do Estado da Educação prevê-se que dentro de três a cinco anos o Polo da Beira da EPM-CELP conte com novas instalações.

“É evidente que as instalações que existem nesta escola, fruto do trabalho de muita gente, de muito boa vontade e de muito esforço, mas também de algum sacrifício, não são as instalações que queremos para uma Escola Portuguesa”, admitiu o governante português, em declarações à Agência Lusa, após a cerimónia de abertura do polo da Beira, capital da província de Sofala.

De acordo com Luísa Antunes, presidente da Comissão Administrativa Provisória da EPM-CELP, a abertura do polo da Beira “marca o início de uma nova etapa do acordo de Cooperação entre Portugal e Moçambique, e honra o compromisso e a missão definidas para esta instituição de ensino de estender a abrangência da EPM a outras áreas geográficas de Moçambique, garantindo a qualidade do ensino, a formação do corpo docente e dando resposta às necessidades das famílias portuguesas, moçambicanas e de outras nacionalidades com filhos em idade escolar, na Beira.”

Ciente dos desafios que se colocam relativamente ao funcionamento de uma escola, à construção de novas infraestruturas e à gestão escolar, a dirigente avançou que “queremos aproveitar para manifestar publicamente o nosso empenho e compromisso em apoiar as ações do Polo da Beira no sentido de viabilizar a construção de novas infraestruturas, sustentar o programa de formação de docentes, apoiar o normal desenvolvimento do ano letivo 2023/2024 para as turmas do 1º ao 9º ano de escolaridade e projetar o desenvolvimento da escolaridade ao ensino secundário e ao ensino pré-escolar a decorrer já no próximo ano letivo.”

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A Escola Portuguesa da Beira foi criada em 1991, por iniciativa de um grupo de pais que enfrentavam o problema da educação com mínimo de qualidade, dentro da língua e cultura portuguesa.

 

24 anos a pensar na sustentabilidade

Para além da abertura do Polo da Beira, um desafio há muito esperado na EPM-CELP, as celebrações dos 24 anos de existência da Escola congregaram várias expressões artísticas sob a temática da sustentabilidade. Assim, contámos com a exposição das obras de dois artistas moçambicanos, Rui Paulino com a exposição “Enferrujados”, e Silimo, com “Vidas e Vivências”, patentes no átrio principal da Escola até 14 de dezembro.

O tema da sustentabilidade traz, nos dias atuais, reflexões que buscam estabelecer o equilíbrio entre o suprimento das necessidades humanas e a preservação dos recursos naturais. De acordo com uma nota da Direção, “a EPM-CELP traz de novo, para o palco das comemorações, a preocupação cívica e pedagógica da sensibilização para as grandes questões e desafios do mundo em que vivemos: a sustentabilidade ambiental e social, a paz, em suma, o desenvolvimento equilibrado das comunidades num planeta ameaçado e que nos cumpre defender”.

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A exposição de animais da Sucateira “Vulcano” vem alertar para a ameaça de extinção de diferentes espécies e ecossistemas marinhos e terrestres, e lembrar que a sociedade tem obrigação de os proteger. Já a “Vivências”, de Silimo, mostra-nos, através do cartão reciclado, o poder da memória descritiva relativa a temas da atualidade, lançando um olhar crítico sobre os hábitos e a cultura da sociedade moçambicana, nas dinâmicas da vida quotidiana.

Na sessão solene, que teve lugar no dia 8 de dezembro, no Auditório Carlos Paredes, outras manifestações artístico-culturais juntaram-se às celebrações do aniversário da Escola. Alunos da Escola Comunitária Rainha da Paz e o Grupo Cultural Paz e Progresso abriram os momentos culturais com a dramatização do livro “A Viagem”, ao que se seguiu a atuação dos alunos de dança e canto, acompanhados pelos professores Agnes Golias, Ricardo Conceição, Leandra Reis e Marla Kane.

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Alunos reconhecidos pela excelência no aproveitamento escolar

Dezenas de alunos da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP) receberam, no dia 8 de dezembro, diversos prémios pelo seu desempenho escolar e liderança de diversos projetos, durante a Sessão Solene do encerramento das celebrações dos 24 anos da existência da Escola, presidida pelo Secretário do Estado de Educação de Portugal, António Oliveira Leite.

A aluna Carolina Martins, do 5ºC (atual 6º C), recebeu o prémio de Melhor Leitor da Biblioteca Escolar José Craveirinha durante o ano letivo de 2022/2023; e os alunos Alice Issufo, do 6.º ano, Rita Morais (9.º) e Leonor Silva, do 12º ano receberam o Prémio Miguel Torga, do melhor aluno de Português no final de cada ciclo de ensino.aniv24Pii

O prémio de Mérito Social Individual distinguiu os alunos Mateus Fernandes, Gabriella Correia, Rita Morais, Tais Pedro, Kianu Manuel, Ruwan Visnudas e José Gonçalves, e o projeto ambiental Unidos Pelos Ambiente (UPA) conquistou o prémio de Mérito Social Coletivo. Ainda dentro dos prémios coletivos, foram premiadas as turmas 7ºA e do 8ºB com o Prémio de Mérito Académico Coletivo do ano letivo transato.

Durante o mesmo período, destacaram-se para o Prémio de Mérito Académico Artístico os alunos Laura Sampaio de Carvalho Rocha e Luísa da Costa Trincheiras. O grande prémio, Baltazar Rebelo de Sousa, foi atribuído a Rodrigo Santos Lobato Galricha Garrido, melhor aluno do 11.ºano do ano letivo 2022/2023. Este prémio que homenageia o político e médico Baltazar Rebelo de Sousa – que no período colonial foi governador-geral de Moçambique entre 1968 e 1970, constitui uma bolsa de mérito que garante a isenção das propinas do 12º ano de escolaridade.  

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A Sessão Solene terminou no átrio principal com o lançamento do livro, editado pela EPM-CELP, “O Segredo da Gaivota” da autoria de Sandra Mendo e ilustrado por Carlos Rodrigues e posterior visita às exposições, “Enferrujados” e “Vidas e Vivências”, e o Porto de Honra.

Para além do Secretário do Estado de Educação de Portugal, estiveram nas celebrações o Embaixador de Portugal em Maputo, António Costa Moura, a Cônsul-Geral de Portugal em Maputo, Maria Manuel Morais e Silva, a Diretora-Geral da DGAE, Susana Castanheira Lopes, a Diretora dos Serviços de Ensino e das Escolas Portuguesas no Estrangeiro, Paula Teixeira, membros da Comissão Administrativa Provisória da EPM-CELP, representantes das autoridades moçambicanas e dos pais e encarregados de educação.

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