O primeiro período está a terminar em festa na Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP). Ontem e hoje, alunos do 1.º ciclo do ensino básico ao ensino secundário protagonizaram a Festa de Natal, realizada no Auditório Carlos Paredes. Mais do que um espetáculo de encerramento do período letivo, o evento traduziu o trabalho artístico, pedagógico e humano desenvolvido até ao momento.
Ginástica artística, dança, música, coro e violinos compuseram um programa que cruzou linguagens tradicionais e contemporâneas, envolvendo cerca de uma centena de alunos. Na apresentação musical participaram estudantes do primeiro, segundo e terceiro ciclo, já na apresentação de dança estiveram representados alunos desde o segundo ciclo até ao 11.º ano.
O espetáculo resultou de um trabalho contínuo ao longo do primeiro período, ainda que algumas peças tenham sido preparadas especificamente para o Natal. “Há trabalhos que são de Natal, preparados mais neste mês, mas muitas coreografias de dança fazem parte do trabalho regular do Desporto Escolar. Trabalhamos nesta apresentação desde o início deste ano”, explicou a professora Ana Lúcia Pezarat, uma das responsáveis pela atividade.
Para além das performances em palco, que incluíram Marrabenta, Mussulo, Hip hop, canções de Natal, coro, pequenos violinos e uma coreografia ao som de “All I Want for Christmas Is You”, o ambiente festivo estendeu-se à cenografia e à decoração. “A participação do departamento das artes foi fundamental. O boneco de neve, as casinhas, todo esse trabalho foi feito pelos alunos”, destacou a docente.

A iniciativa partiu do Departamento de Educação Física, que lançou o desafio e integrou a dança, a música e as artes visuais numa proposta conjunta. Para Ana Lúcia Pezarat, o sucesso da experiência justifica a sua continuidade. “Eu penso que a festa teve sucesso e que para o ano vamos mantê-la. Haja ou não a sessão solene, é um momento bonito para fechar o primeiro período”.
No plano artístico, a dança revelou um diálogo entre tradição e modernidade. “Elas fazem sempre um trabalho misturado, porque pretendo dar-lhes uma cultura mais globalizante”, afirmou. O hip hop surge como eixo central, por ser o estilo com que os alunos mais se identificam, sem excluir outras referências, integrando a cultura moçambicana. “Trabalho sempre músicas africanas, porque faz parte. Estamos em África, estamos em Moçambique e a Marrabenta faz parte do nosso plano de trabalho”.

Em duas apresentações, a Festa de Natal da EPM-CELP afirmou-se como mais do que um espetáculo escolar, mas um momento de partilha e de expressão coletiva, onde diferentes ciclos, disciplinas e linguagens artísticas se encontraram para assinalar o fim do primeiro período letivo.


