Obras da EPM-CELP debatidos em Simpósio Internacional no Brasil

Uma dezena de obras infantojuvenis editadas, na sua maioria, pela Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP) estiveram na origem de comunicações e debates, entre os dias 18 e 19 de outubro, no IV SINALLIP - Simpósio Nacional de Literaturas de Língua Portuguesa – e III Simpósio Internacional de Literaturas de Língua Portuguesa, que decorreu no Rio Grande do Norte, Brasil e cujo objetivo foi o de criar um percurso histórico, de narrativa, com os antigos e novos autores inseridos no tema “literatura infantil e juvenil moçambicana e o boom do momento”.

Organizado pelo Grupo de Pesquisa de Literaturas de Língua Portuguesa (GPORT) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), o evento pretende constituir-se como espaço de divulgação e socialização de trabalhos produzidos nas áreas de Letras e afins, a partir das literaturas de língua portuguesa. Ou seja, o espaço, segundo a organização, é de divulgação de pesquisas sobre a produção ficcional em Língua Portuguesa, de modo a abranger todos os países que a tomam como instrumento para a afirmação social, política e, sobretudo, cultural.

No evento, que arrancou no dia 17 de outubro, foram discutidas as obras “Estranha Metamorfose de Thandi”, de Mauro Brito; “Lamura”, de Suzy Bila; “Amizade com o Monstro”, de Miguel Ouana; “A História de João Gala-Gala”, “Por que é um Livro Mágico?” e “Primeiro Livro de Poesia”, de Pedro Pereira Lopes; “O Casamento Misterioso de Mwidja”, de Alexandre Dunduro; “A Árvore Mágica”, de Lurdes Breda, “O Pátio das Sombras”, de Mia Couto, e “A Viagem de Luna”, de Teresa Noronha, esta última chancelada pela Alcance Editores.

Ao fazer uma retrospetiva dos dois dias de debates em torno da literatura moçambicana – desafios e perspetivas –, Flávio García, Professor Titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) de Literatura Comparada de Língua Portuguesa e organizador do simpósio, afirmou que os debates transcorreram muito bem, tanto a nível das discussões, como das perspetivas que as narrativas, na sua criatividade, propõem. “Houve uma repetição bastante interessante em torno de Lamura e de A Árvore Mágica”, esclareceu o mesmo docente, sublinhando que “A Estranha Metamorfose de Thandi, por exemplo, aparece aqui como uma sugestão boa e foi muito pensada no que respeita aos aspetos míticos, inclusive corelacionando a cultura moçambicana com a cultura cristã, o homem feito a partir do barro.

O simpósio não só incidiu em aspetos imaginários e criativos da literatura infantojuvenil, mas também buscou criar relações com o mundo, com os problemas sociais vigentes e com as soluções que as obras propõem. De acordo com o docente, “uma das coisas que de certa maneira foi bastante agradáveis, e assumidas pelos apresentadores, foi não limitar o pensamento de uma literatura produzida em/para África, em geral, e em Moçambique, em particular, a um universo sistémico, crítico e teórico isolado. Houve, antes, uma preocupação com o mundializar, globalizar e entender essa produção artística como uma produção que se escreve num imaginário, num conjunto que não é exclusivista, mas integrador”.

E foi esta a proposta do simpósio: “pensar um boom, não só da literatura infantojuvenil, mas um boom que se vai percebendo na literatura moçambicana no seu todo. Um boom que é marcado pela conquista de prémios literários a nível nacional e internacional, obras que têm tido um volume maior de edição, uma maior publicação de obras, a criação de editoras privadas, muitas vezes com bom investimento a nível de autores. Tudo isso tem criado um universo propício ao desenvolvimento literário”.

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