O texto deste livro “Barqueiros do rio cheio” conquistou, em 2006, o prémio Branquinho da Fonseca para o conto fantástico. Editado agora pela EPM-CERP com ilustrações de Ivone Ralha, Emília Ferreira, a autora, explica-nos como tudo começou:
“Há muitos anos, numa viagem à Alemanha, comprei um caderno chinês. A capa deste caderno era de seda bordada. Nela podiam ver-se árvores, flores, e um curso de Água, no qual navegavam pequenas embarcações. Os barqueiros que se viam nessas embarcações fundiam-se com a paisagem. À medida que eu mexia nos cadernos, sob diversos ângulos de luz, a seda bordada parecia mudar de tom, como se anoitecesse ou amanhecesse. Os barqueiros pareciam navegar no silêncio, num mundo só deles, no seio da floresta, foi esse caderno, no qual nunca escrevi, que me sugeriu esta estória.